Almandrade expõe no ICBA
Av. Sete de Setembro, 1809, Salvador - Ba
A mostra é, constituída de esculturas com dimensões que interferem ou dialogam com a arquitetura da sala de exposição, formando o conjunto, uma instalação. Trabalhos elaborados dentro de princípios e critérios que vêm direcionando a produção do artista, por cerca três décadas. São planos ou superfícies bidimensionais pintados, com pequenos recortes por onde encaixam uma peça na outra criando assim a terceira dimensão. Discretas e contraditórias, as partes se conectam formando estruturas ou abrigos poéticos para o repouso do olhar. A matéria revestida pela cor resulta em outra realidade, marcada pela tensão, pelo equilíbrio, pelo ritmo e a sugestão de espaço. As imagens da leveza e do equilíbrio se inventam, dialeticamente, no processo do fazer e no desafio da mão e do raciocínio em lidar com a matéria, o espaço e a idéia de arte.
A proposta artística de Almandrade convida o espectador a pensar sobre a própria natureza da arte, o conceito de escultura e o lugar da exposição. Depois da passar pelo concretismo e arte conceitual nos anos 70, seu trabalho prossegue nessa busca incansável de uma linguagem singular, limpa, com um vocabulário gráfico sintético. Aparentemente frias, suas construções “estéticas” impressionam pela originalidade, referencias históricas e pela leveza das concepções, marcadas pelo exercício de um saber ao lidar com formas, cores, a matéria e o conceito. Provocam emoções. Que ninguém duvide: a economia de elementos e de dados não se dá por acaso. Configura uma opção estética, inteiramente coerente com a tendência a síntese, ao traço essencial, ao quase vestígio. Um “nada”, cuja gênese reside na totalidade absoluta. Assim também é a sua poesia.
A coerência e o rigor do artista em lidar com diferentes suportes, incluindo a palavra (poesia), fazem de Almandrade, um pensador que se utiliza desses suportes para produzir reflexões.
Almandrade é o nome artístico de Antonio Luiz M. Andrade, Artista plástico, poeta, arquiteto com mestrado em Urbanismo, pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, é considerado pela crítica como um pioneiro da arte contemporânea da Bahia., fez suas primeiras exposições individuais no Instituto Goethe em meados da década de 70, do século passado. Participou de importantes mostras nacionais e internacionais como Bienal de São Paulo. Experimentalista assumido, Almandrade vem se comprometendo com a pesquisa de linguagens artísticas desde l972, onde ora se envolve com as artes plásticas, ora com a literatura. Poeta da arte e artista da poesia. Realizou mais de vinte exposições individuais em várias capitais, autor do livro de poesia “Arquitetura de Algodão”.. É um dos principais divulgadores e crítico da arte contemporânea no Brasil. Ou melhor, um defensor da arte como instrumento de pensamento e não entretenimento.

Almandrade (Antônio Luiz M. Andrade)
Artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano e poeta. Participou de várias mostras coletivas, entre elas: XII, XIII e XVI Bienal de São Paulo; "Em Busca da Essência" - mostra especial da XIX Bienal de São Paulo; IV Salão Nacional; Universo do Futebol (MAM/Rio); Feira Nacional (S.Paulo); II Salão Paulista, I Exposição Internacional de Escultura Efêmeras (Fortaleza); I Salão Baiano; II Salão Nacional; Menção honrosa no I Salão Estudantil em 1972. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a revista "Semiótica" em 1974. Realizou cerca de vinte exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo entre 1975 e 1997; escreveu em vários jornais e revistas especializados sobre arte, arquitetura e urbanismo. Prêmios nos concursos de projetos para obras de artes plásticas do Museu de Arte Moderna da Bahia, 1981/82. Prêmio Fundarte no XXXIX Salão de Artes Plásticas de Pernambuco em 1986. Editou os livretos de poesias e/ou trabalhos visuais: "O Sacrifício do Sentido", "Obscuridades do Riso", "Poemas", "Suor Noturno" e Arquitetura de Algodão". Prêmio Copene de cultura e arte, 1997. Tem trabalhos em vários acervos particulares e públicos, como: Museu de Arte Moderna da Bahia e Pinacoteca Municipal de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes – Rio de Janeiro, Galeria ACBEU - Salvador. Retrospectiva Museu de Arte Moderna da Bahia, 2000.

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