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Assunto: Sobre Juarez Paraíso
Autor: VITOR BORGES
Data: 19/03/2008 14:13
| O paraíso de Paraíso
É como olhar nos olhos de um bicho selvagem,
dono do seu território demarcado pelo seu domínio,
um guerreiro tribal com sua veste e sua lança.
É como romper as fronteiras do corpo com um simples tocar de dedos,
como numa mordida em uma maçã profana e santa.
É ver dois corpos entrelaçados arranhando a maldita face do pudor,
Maior forma de perversão, assim como um dia retrucou Nietzsche.
É ser severo com a hipocrisia que rodeia os quintais,
é ser amor em mais uma de suas tantas formas,
é a excelência do belo em seus crânios de homem e bicho –
Novamente animal.
Suas serpentes, seus mitos, seu suspiro constante,
ofegante em plena madrugada.
É ver cor onde apenas encontra-se o preto e o branco.
É como ver a paz em pleno conflito e guerra,
É como ver a cruz e a espada,
É como ver o tudo e o nada,
A esfinge e a pedra.
É o que não finge,
nem para o papel, nem para o metal,
nem para o dia nem para a noite.
É o açoite na direção contrária.
É a cor da pele corada,
eternamente poético,
eternamente carnal, visceral.
Eternamente negro.
O paraíso?
Cada um pode criar o seu.
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