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Assunto: O museu, a moda e o imbecil plástico
Autor: Vitor Borges
Data: 28/12/2007 14:42
É sabido por todos que as instituições brasileiras não têm tanto respaldo quanto deveriam ter; motivos não faltam. Como diz o ditado: Gato escaldado tem medo de água fria. A corrupção no Brasil é algo desestimulante e como a política está em absolutamente tudo, essa realidade abrange todas as áreas, sem exceções. Há pouco tempo funcionários ligados diretamente ao Ministério da Cultura foram acusados de cometer crimes contra o patrimônio, o que é muito perigoso, pois quando a corrupção e a negligência invadem áreas como a cultura, fica difícil acreditar na confiabilidade de outras áreas. O que parece é que tudo que envolve dinheiro acaba tomando esse rumo, principalmente quando as cifras são bastante generosas. O dinheiro público nas mãos de pessoas erradas não pode gerar outra coisa que não seja a falcatrua e a desordem orçamentária. Em alguns casos como na cultura, área onde atuo, percebo que a busca da respeitabilidade é algo notório entre as instituições, como os museus. Essa busca na verdade abrange todas as áreas, pois é inerente ao homem desejar ser respeitado não importa os meios que utilizam para alcançar tal objetivo. Gostaria de me ater a conduzir meu pensamento sobre os aspectos do museu, suas políticas e a sua busca por respeitabilidade. Sabemos que o museu é apenas uma das engrenagens que faz funcionar o sistema formado sempre por uma pirâmide social. Como disse antes, a política está em tudo e por isso, sabemos que por traz de uma instituição tem sempre um jogo político de interesses, comum em se tratando de um sistema democrático e principalmente, capitalista. As mudanças de governo são essenciais para o desenvolvimento de qualquer região, porém, essas mesmas mudanças também têm o seu lado ruim, pois não existe moeda com uma só face. O que ao meu entender pode ser bastante nocivo é a atitude de quem substitui em querer aparecer mais do que o próprio trabalho, colocando os seus interesses pessoais acima de qualquer outro desejo. Cada gestor que substitui o outro, tenta, naturalmente, ser melhor que o anterior, o que é interessante, mas não basta. Essa vontade exacerbada em superar o outro pode cegar o ser humano tornando-o passível de acertos e de erros, principalmente quando a teimosia e a falta de diálogo servem de venda. Os interesses dos museus e de seus regentes não podem estar acima da arte, nem nortear o que deve e o que não deve ser relevante ditando um caminho como que impondo moda. A produção artística deve ser livre de qualquer amarra, e é o que parece ser a proposta da contemporaneidade, porém, isso não passa de discurso e de farsa. A produção não pode ser livre quando nos mostram caminhos pré-estabelecidos. Existe a moda do momento e não adianta negar, basta olhar as câmeras nas mãos e a monotonia nos resultados apresentados. As seleções parecem estar preocupadas em atingir um objetivo que inconscientemente se afasta, repele e inibe. Vamos esperar a próxima gestão para ver qual será a moda do momento para que nós, artistas, cumpramos nosso dever de segui-la. Isso é liberdade? Todo mundo quer ser o Glauber Rocha da arte visual, o que a meu ver está longe de acontecer. A contemporaneidade não pode ser alcançada a todo custo, nem deve. Pode ser que o meu discurso pareça de uma pessoa que abomina a arte contemporânea, o que não é verdade. O que desprezo é a moda, pois sempre achei que as pessoas que seguem esses destinos não têm uma personalidade muito adequada ao que penso ser a contemporaneidade. O primeiro ponto positivo que vejo no contemporâneo é a liberdade intelectual; o ponto negativo que observo é que a contemporaneidade permite que qualquer imbecil seja considerado um grande artista. Deixo claro que estou me referindo às artes plásticas, que no meu entendimento, vive uma realidade contemporânea bem diferente das outras expressões artísticas. Um imbecil não consegue ser um cineasta, nem escrever um livro, ele também não consegue escrever uma peça de teatro, tampouco produzi-la; o imbecil não pode montar uma bela coreografia de dança, nem um roteiro especial, no entanto, o imbecil plástico cria sua arte com maestria.Essa realidade também abraça o mundo da música, infelizmente.
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