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Assunto: A ARTE DOS DESESPERADOS
Autor: Vitor Borges
Data: 15/02/2007 14:55
A ARTE DOS DESESPERADOS
ou: O irônico imperfeito



Olhem! Alguém já viu algo parecido com isso?
Olhem e me digam, já viram algo parecido com isso?
Respondam antes que desapareça, não temos tanto tempo!
Se o silêncio é a resposta não quer dizer que ela não exista, pensem e respondam imediatamente!
Sim? Então o senhor disse que sim, que já viu algo parecido com isso?
Um único manifesto solitário afirmando que sim?
Eu acho que o senhor está errado, sua resposta não deveria ser sim.
Continua afirmando que sim?
Não vai mudar de opinião? Pense bem...
Quer dizer que continua afirmando que sim?
Já que é assim, seremos obrigados a registrar sua opinião num banco de dados
com fotografia 3x4, endereço, número da identidade e CPF...
Claro que tudo isso é necessário e além de tudo isso, precisamos que assine sobre a linha pontilhada para que possamos registrar em cartório a sua opinião. Depois, enviaremos aos quatro cantos do mundo, ou melhor, do universo.
Mais alguém acha que já viu algo parecido com isso?
Enfim descobriram a verdade, estou orgulhoso de vocês. Podem ter certeza que vocês estão contribuindo muito para com a nossa sociedade.
Nosso mundo é tão perfeito, tudo caminha certo sobre linhas certas, a utopia não existe mais, somos os nomes a serem inseridos nas próximas páginas da história.
Somos democráticos, práticos, celebramos a verdade, a escolha certa na hora certa.
Agora, nada de novo há de surgir, sou profeta, tenho credibilidade para isso.
Nada de novo! Nada de novo!
Todas as respostas serão ditas em silêncio, vozes ecoarão dentro de uma cúpula de vidro, de aço...
Fui o estopim, o primeiro, o mais moderno, fui eu que comecei, fui eu que refiz, fui eu que aprovei, desaprovei e fui aprovado, fui eu que rompi, fui eu que destruí, fui eu que fiz o que não fizeram e agora, nada de novo.
Há meu tempo! Como fui bom, ou melhor, como ainda sou bom. Sou moderno, sou moderno! Meu tempo ainda está por vir, há meu tempo! Tempo de tanta lógica, tanta razão, sou pura razão, sou totalmente viciado em razão, sou racional até a última gota de sangue. Tenho pena dos que não têm razão, que não vivem com a razão. São seres tão pequenos perto da razão.
O que seria do homem sem a razão, tão viva e bela razão. Sem a razão não somos nada e como eu tenho razão, logicamente sou tudo.

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