Tel.: (71) 9972 7474
adm@expoart.com.br

Calasans Neto (Salvdor-BA, 1932). Começou sua atividade artística como pintor no ateliê de Genaro de Carvalho. Abandonou a pintura pela gravura. Estudou gravura em metal com Mário Cravo, na Escola de Belas Artes da Bahia. Da gravura em metal passou para a Xilogravura, tornando-se assim conhecido em todo país.

Atualmente voltou a pintar. Participou intensamente do movimento cultural de sua geração: criou cenários para filmes de Gláuber Rocha e Ruy Guerra, fundou a revista "Mapa" (dedicada aos intelectuais baianos da década de 50) e a Editora Macunaína (que se especializou em livros ilustrados de tiragem limitada).

Utilizando suas gravuras elaborou vários álbuns, alguns produzidos por ele mesmo e outros por editores brasileiros. Fez capas e ilustrações para inúmeros livros, inclusive para "Teresa Batista Cansada de Guerra" e "Tieta do Agreste", de Jorge Amado, e "História Natural de Pablo Neruda", de Vinícios de Morais.

Possui intensa atividade profissional, tendo realizado várias exposições no Brasil e no exterior. Participou da 18o Bienal Internacional de São Paulo, em 1985, e da II Bienal de Havana, em 1986.

Atualmente utiliza as técnicas de ponta seca e buril sobre cobre. Reside em Salvador.

"Calasans Gravador

A insegurança espiritual do nosso tempo, que privilegia a degradação do ser humano, pôe em risco a superioridade da cultura e asfixia o pensamento estético atual. O artista de hoje vive durante a busca do presente e o confronto com a modernidade - essa palavra à procura de significado, segundo Octavio Paz.

A melhor súmula da vasta e magnífica obra gráfica de Calasans Neto poderia ser, talvez, a recente série de suas excepcionais gravuras em metal. Ele, que em seu trabalho inicial e obstinado de toda uma vida, resistindo por tanto tempo à enfadonha mediocridade de um meio acadêmico, sempre pareceu um adepto definitivo da xilogravura. Artista consciente e predestinado, Calasans obedece às leis da matéria e revela um raro poder de criatividade, que confere à sua abstração oculta um sentido figural de características telúricas. Sua linguagem plástica é um processo poético de grande riqueza de signos.

Em conclusão, Calasans Neto é como um bardo da antiguidade cultuando animais mitológicos, os nossos dóceis animais. As cabras de Virgílio emprestam um clima bucólico à sua figuração povoando a doçura do seu universo gráfico. Estamos diante de um artista e seus símbolos de alto sentido contemporâneo e universal"
Wilson Rocha